Obra: Boas meninas não fazem perguntas
Autor: Lucas Mota
Editora: Publicação independente (disponível na Amazon)
Gênero: Distopia
Número de páginas: 159
Sinopse:
Após uma descoberta científica questionável, a Metrópole superou seus anos de recessão econômica através da legalização do comércio de mulheres.
Cansada de ser tratada como um produto, Marina decide fugir. Para isso, precisará enfrentar a Força, um departamento policial com alta tecnologia especializado na vigilância e aprisionamento feminino. Isso, é claro, se puder se livrar de sua coleira, que emite choques ao ser removida além de denunciar sua localização.
Este livro é uma leitura necessária. É uma crítica social pesada. É um soco no estômago da sociedade machista. Mas também é um livro que poderia ter a escrita mais polida.
Vamos lá. Temos aqui uma mensagem crua e direta, sem rodeios. Nada de simbolismos figurativos ou filosofias nas entrelinhas (não que eu não aprecie isso, pelo contrário, amo demais). Mas Lucas escolheu jogar na cara do leitor e gritar com todas as forças: a sociedade do livro é uma exageração da sociedade de merda em que vivemos. Existe um elemento de proximidade aqui. Nossa sociedade atual não está tão distante da distopia apresentada no livro (mesmo levando em conta que a justificativa para a existência dessa sociedade distópica seja um tanto fantasiosa). Isso é o que dá um peso tão grande à obra. Ao mostrar uma versão exagerada, mas plausível, do que somos como sociedade machista, percebemos o quão errada e doente é a nossa sociedade, e o quanto o feminismo se faz necessário. Continuar lendo