[TAG] Livros e redes sociais

Olá, pessoal! Já faz bastante tempo que não apareço por aqui. Doutorados da vida, sabe como é, né? Para não deixar o blog morrer, resolvi trazer algo diferente hoje: a Tag “Livros e redes sociais”. Vi essa tag no blog DNA Literário e achei legal, então resolvi fazer também. Então, sem mais delongas, vamos lá.

 

Twitter: Um livro que você quer compartilhar com todo mundo

O último teorema de Fermat, de Simon Singh

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Já falei deste livro antes. Trata-se de uma exposição clara e didática daquele que foi um dos maiores enigmas da história da matemática. Porque eu quero compartilhar com o mundo? Eu penso que as pessoas em geral tem uma ideia muito errada sobre o que é realmente fazer matemática. Este livro é esclarecedor quanto a isto. E nem é preciso ser especialista para poder entendê-lo e aí reside seu grande trunfo. Leia-o e garanto que sua visão sobre a matemática irá mudar completamente.

Facebook: Um livro do qual você gostou muito e que foi recomendado por outra pessoa.

A Torre Negra, do Stephen King

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Um amigo me recomendo esta série de fantasia. Suas palavras foram: “é bem psicodélico, acho que você vai gostar”. Ele acertou em cheio. King criou todo um universo fantástico (em todos os sentidos da palavra) e uma história incrível. Não há como não querer acompanhar Roland Deschain, o último pistoleiro de um mundo que está morrendo, em sua jornada épica em busca da lendária Torre Negra, o sustentáculo de todos os universos. Personagens incríveis, tramas mirabolantes e um desfecho fabuloso. Eu também recomendo os livros. Continuar lendo

[Newsletter] #03 – Lost, easter eggs, Star Wars e um desafio

Ponto de Acumulação

(de ideias, fatos e pensamentos)

 

O que repousa na sombra da estátua? (ou porque resolvi me tornar escritor)

Todo viciado possui sua droga de entrada. Aquela que lhe introduziu no mundo dos vícios. Não importa qual seja o vício, é certo que houve o primeiro. No caso do meu vício em séries de TV, minha porta de entrada foi Lost. E foi por causa deste seriado que resolvi me tornar escritor.

Lost não é a melhor série que já foi produzida. Mas ela foi um grande marco. Pioneira. Merece algum crédito. Seu problema é que os roteiristas se perderam (sim, o trocadilho foi intencional; sim, foi um trocadilho ruim). Mas apesar dos pesares, eu gostei. Não direi que não gostei do final, mas ao contrário de muita gente com quem conversei, ele pareceu bem claro para mim.

O motivo para eu apreciar tanto esta série é certamente o mesmo de ela ter feito tanto sucesso. É o fato de a trama ser recheada de mistérios. Mistérios atiçam a curiosidade. Atiçaram a minha. Atiçaram a milhões de fãs mundo a fora. Queríamos saber o que vinha depois; queríamos entender que p&@* estava acontecendo naquela ilha. Simples assim. Os caras sabiam como prender nossa atenção. Os fãs eram tão obcecados com a trama que discutiam teorias em fóruns na internet. (Eu era mais o cara que lia as teorias, mas tudo bem.) Continuar lendo

[Newsletter] #02 – True Detective, conhecimento matemático e primos gêmeos

Olá, pessoal. Hoje trago a segunda Newsletter do blog. Não está tão completa e diversificada como a primeira, mas é porque tive pouco tempo para prepará-la. Mas espero que gostem.

Ponto de Acumulação

(de ideias, fatos e pensamentos)

The light is winning

A internet aqui em casa está indo de mal a pior. De vez em quando ela me deixa na mão. Agora que ela está caindo com mais frequência, resolvi fazer algo útil quando isso acontece. Portanto estou reassistindo  esta que é sem sombra de dúvidas umas das melhores obras-primas produzida pela humanidade. Estou falando, é claro, de True Detective. Tenho a primeira temporada ainda no meu note 🙂

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Se você ainda não viu essa série, recomendo que veja logo. É simplesmente fantástica. Não é, certamente, uma série família. Pelo contrário, a história é crua, fria, sombria, e está cagando para a moral e os bons costumes da família tradicional brasileira. É uma série que choca e incomoda. Porém, mais que isso, é uma série para fazer refletir sobre a natureza humana. Assista com a mente aberta e livre de preconceitos. São abordados temas delicados como religião, paganismo, pedofilia, adultério, prostituição e insanidade. É uma história forte e complexa, mas poética.

Mas apesar de tudo, lembre-se de, na próxima vez que você contemplar o céu noturno, não focar sua atenção na escuridão dele e dizer que ela está vencendo. Observe bem as estrelas cintilantes e sua luz. No início havia apenas apenas escuridão. Agora temos as estrelas cintilantes. Ao que parece, a luz está vencendo. Continuar lendo

[Conto colaborativo] A guerra dos zíperes

Olá, pessoal! Hoje trago um texto especial. Para quem não sabe, este final de semana teve o anuncio dos vencedores do Oscar Literário, ideia inspirada no blog Sem Serifa. Juntamente com o pessoal do Clube de Autores de Fantasia, organizamos um evento virtual no Facebook, para anunciar o premiados. Mas não foi apenas isso. O evento contou com a participação de vários novos autores da fantasia nacional: Rodrigo Mesquita (Brasil cyberpunk 2115), Atlas Moniz (Capital Revelada, O historiurgo), Anderson Vitorello (Os guerreiros do universo), Janayna Bianchi (Lobo de Rua, Galeria Creta), Luana Minéia (Sete dias de Lázaro), Lauro Kocuiba (série Alvores), Ariel Ayres (O Quatro), Camila Guerra (A última chave; As flechas de Tarian) e este que vos fala, Renan Santos (Aquarela de sangue, Crônicas de Erys).

O evento foi bem legal e a galera interagiu bastante. Houve brincadeiras, desafios e sorteios de livros, ebooks e marcadores. Foi bem divertido. E, o melhor de tudo, houve a criação de um conto coletivo. Isso mesmo. Rodrigo Mesquita começou criando a história e passou a bola para o próximo (que era eu, só pra constar). Cada autor ia escrevendo sua parte, continuando a trama dos autores anteriores. Ah, detalhe. Tínhamos apenas uma hora para escrever nossa parte, enquanto fazíamos o papel de hosts do evento, interagindo com os leitores. Não foi fácil. Era todo momento subindo notificação do Facebook. Mas no final deu certo. Cada um escreveu sua parte o no final eu revisei e amarrei as pontas soltas da trama. O mais legal é que mesmo sendo uma única história, em cada parte transparece o estilo de escrita de cada um.

Eis o resultado de nossa brincadeira literária, fruto de várias mentes loucas que não tinham nada melhor para fazer num sábado. Continuar lendo

10 motivos para você assistir Battlestar Galactica

Olá pessoal!

Rumores recentes indicam que um filme de Battlestar Galactica pode estar sendo produzido pela Universal e os fãs (e isso inclui esta pessoa que agora vos fala) estão eufóricos. Na minha opinião, Battlestar Galactica é um dos melhores shows de TV de todos os tempos e este artigo é uma tentativa de mostrar meu ponto. Não direi que BSG é perfeito. Há erros de roteiro e alguns dos mistérios não foram completamente elucidados no final. Mesmo assim eu acho é uma série que vale a pena assistir. E agora que há a possibilidade de um filme, porque não dar uma chance a este seriado e fazer uma maratona?

Esse texto foi escrito pensando mais no leitor que nunca assistiu ou ainda está no começo da série. Haverá alguns spoilers aqui ou acolá, mas como eu sou gente boa, indicarei precisamente o momento em que começa e termina o spoiler, bem como a temporada correspondente.

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Poster da série

Vamos começar do começo. Battlestar Galactica é uma série de ficção exibida pela Syfy, entre 2004 e 2008. Ela é na verdade um remake de uma série dos anos 70. A série original tentou pegar carona no sucesso de Star Wars. Eu nunca assisti a original, apenas o remake, mas pelo que li, a produção mais recente é muito melhor. E bem, independente da série antiga, a nova é muito boa por si só e no final eu espero tê-lo convencido a assisti-la.

A série em si é precedida por uma minissérie com dois longos episódios, exibida em 2003. Continuar lendo

[Resenha] A Menina Submersa

 

Obra: A Menina Submersa: Memórias

Autora: Caitlín R. Kiernan

Editora: DarkSide

Gênero: Terror psicológico\ Dark fantasy

Número de páginas: 317

Sinopse:

Acho que qualquer tentativa de escrever uma sinopse deste livro não será 100% eficaz. Sério mesmo.

 

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OK, é o seguinte: não sei o que escrever. Na verdade, não sei como começar esta resenha. É sério. Sinto que esta será a resenha mais dura que escreverei e se manterá neste posto por um bom tempo. Preciso de alguma inspiração para começar a falar sobre este livro. Então decido que ouvirei Imaginary, do Evanescence. Não a versão do Origen; é a versão do Fallen que eu quero. É mais impactante.

Sei que estou enrolando. Sei muito bem disso. Então vamos aos fatos:

A Menina Submersa não é um livro fácil. Não mesmo. Li o primeiro capítulo e tive que dar uma pausa. Este não é um livro para ler em uma sentada só. Ele é denso e trata de temas delicados de uma forma tão simbólica e metafórica que você tem que parar algumas vezes. Também há muitas referências e analogias. E, devido à forma como a autora escreve, o ritmo se torna lento. Até demais.

‘Vou escrever uma história de fantasmas agora’, ela datilografou. ‘Uma história de fantasmas com uma sereia e um lobo’, datilografou mais uma vez.
Eu também datilografei

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[Conto] Casa de recuperação psicológica Dra. Lee

Olá, pessoal! Hoje trago um pequeno conto para vocês. Escrevi esse texto para o amigo secreto do Clube de Autores de Fantasia no qual, além de livros, deveríamos presentear nosso amigo secreto com um conto com tema sugerido por este. Minha amiga secreta escolheu a palavra “hospício” e resolvi escrever algo mais metafórico. Eis o resultado. Espero que gostem, assim como ela gostou 🙂

 

 

Casa de recuperação psicológica Dra. Lee

 

Com passos lentos e fala mansa, o Psicólogo andava pelo salão e mostrava seus pacientes ao Padre.

Na mesa mais próxima havia um sujeito encolhido que encarava com olhar vazio seu prato de sopa, enquanto murmurava coisas desconexas:

– Demolidor, Jéssica Jones, Anchorman, Breaking Bad, Gray’s Anatomy, Lost, Pulp Fiction…

– O que este tem? – O Padre perguntou.

– Este é Josué. Sofre de Síndrome Netflix.

– Síndrome Netflix?

– Sim. Quando o paciente se vicia de forma obsessiva em séries de TV e filmes. Coitado, teve um colapso quando cortaram a TV à cabo.

O Padre virou-se e vislumbrou uma jovem fazendo pose, tirando uma selfie. Os enfermeiros vieram e lhe tomaram o aparelho.

– Não! Devolve!

A moça começou a espernear e gritar, incontrolável. Os enfermeiros tiveram que sedá-la e a levaram dali.

– E aquela moça? – Quis saber o Padre.

– Ah, aquela é Amélia. Sofre de Dependência Obsessiva de Mídias Sociais. Passava o dia inteiro no Facebook, Instagram, Twitter, WattsApp. A mãe teve que interná-la. Tsc tsc tsc.

– E aquele senhor?

O Padre apontou um homem velho, barba por fazer, falando sozinho, usando camisa de força.

– Ah, Nelson é um caso grave. Ele passava o dia inteiro discutindo política, economia e religião no Facebook e em blogs. Você sabe, Transtorno do Sabichão da Internet. Tivemos que tomar medidas drásticas!

Nelson ergueu-se e proferiu um inflamado discurso sobre a Situação Política da Nação. Enfermeiros vieram e tentaram sedá-lo, com muita dificuldade. O paciente mordia e chutava para todos os lados, uma fera incontrolável. No fim, alguém conseguiu acerta-lhe um dardo com sedativo com uma zarabatana e ele caiu. Levaram o homem dali.

Uma garotinha que trazia um coelho de pelúcia debaixo do braço aproximou-se com voz chorosa:

– Doutor! O Sr. Nelson me assustou de novo. Não gosto quando ele me assusta. Ele parece um monstro enorme sem braços! Apollo também tem medo. – Virou-se para o coelho. – Não é mesmo, Apollo? – Ela encostou o ouvi no coelho. – Hã? Ah! Sério, Apollo!? Doutor! Ele disse que Sauron está reunindo os stormtroopers novamente para atacar Winterfell. Precisamos fazer alguma coisa!

– Tudo bem, Alice – disse o Psicólogo, fazendo um cafuné. – Agora vá, está na hora da sua soneca.

A garota saiu correndo, mas parou e falou:

– Ouviu isso, Apollo? Vamos contra-atacar. Atenção, tripulação! Virar à bombordo! A todo vapor! – Ela girou nos calcanhares e continuou. – Agora mesmo, capitã!

O Psicólogo explicou para o Padre:

– Alice é um caso perdido. A garota sofre de Hiperimaginação e Fuga de Realidade, mas ela é o menor de meus problemas.

 

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Alice, by syriac (Deviantart)

A luz está vencendo

Quando me disseram que eu deveria assistir True Detective porque a série era pura poesia, achei isso puro exagero. Mas quem me recomendou é uma pessoa com bom senso, então supus que a série seria muito boa e que valeria a pena assistir.

Até agora vi somente a primeira temporada e para mim já valeu a experiência. E não havia exagero nas palavras de meu amigo. É pura poesia. Há muitos diálogos incríveis e profundos, mas o melhor, na minha opinião, é este. Quero deixá-lo registrado aqui. Quem sabe no futuro minha memória falhe e pelo menos terei esta postagem para me fazer recordar tão poéticas palavras.

(Aviso de possíveis spoilers à frente. É por sua conta e risco.)

Rust: Vou te dizer, Marty. Estive naquele quarto, olhando pela janela, pensando… Só existe uma história. A mais antiga.

Marty: Qual é?

Rust: Luz versus Escuridão.

Marty: Bem, não estamos no Alasca, mas parece-me que a escuridão tem muito mais território.

Rust: Sim. Você está certo.

Momentos depois, Rust retoma o assunto anterior:

Rust: Acho que você está entendendo errado, sobre o assunto do céu.

Marty: Ah, é?

Rust: Antigamente, só havia escuridão. Na minha opinião, a Luz está vencendo.